Agro sustenta maior superávit da história da balança comercial do Brasil
A diferença entre as exportações e importações ficou em US$ 47,7 bilhões e o Agro teve sete produtos entre os dez mais exportados em 2016.
A balança comercial do Brasil teve o maior resultado positivo da
história em 2016. Com sete produtos entre os dez mais exportados pelo
país em 2016, o campo teve participação decisiva no maior superávit
registrado pela balança comercial brasileira desde o início da série
histórica, em 1989. No último ano, a diferença entre as exportações e
importações ficou em US$ 47,7 bilhões (o recorde anterior havia sido
obtido em 2006, com US$ 46,4 bilhões). Em parte, o saldo é consequência
da recessão econômica no Brasil e do dólar em alta, que levaram a uma
queda de 20,1% nas importações.
Por outro lado, a moeda americana valorizada evitou um tombo maior nas
exportações e a receita caiu apenas 3,5%, com destaque para a soja, que
ganha pelo montante e continua sendo a campeã do comércio exterior (as
vendas da oleaginosa renderam US$ 19,3 bilhões); e para o açúcar também,
cujas exportações cresceram 40,35% em receita, totalizando US$ 8,3
bilhões. Ao todo, o montante exportado pelo Brasil em 2016 foi de US$
185,2 bilhões e as importações ficaram em US$ 137,5 bilhões, de acordo
com o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
Previsão para 2017 - Para o secretário de Comércio
Exterior e Serviços do MDIC, Abrão Neto, a balança comercial deve
registrar em 2017 um superávit semelhante ao de 2016. Mas, segundo ele,
tanto as exportações quanto as importações devem aumentar neste ano.
“Não vamos fechar uma base de comparação exata ainda. Pode ser acima de
US$ 50 bilhões, mas prevemos um patamar semelhante, entre US$ 47 bilhões
e US$ 48 bilhões”, disse. A projeção leva em conta um câmbio médio de
R$ 3,40. No ano passado, a taxa média do dólar foi de US$ 3,48, disse.
Volume - Apesar da queda na receita com exportações no
ano passado, o país bateu recorde na quantidade de mercadorias enviadas
ao exterior, com 645 milhões de toneladas, alta de 2,9% em relação a
2015. Foi o sétimo aumento anual consecutivo. Diversos produtos
registraram recorde no volume comercializado, como minério de ferro,
óleos brutos de petróleo, açúcar de cana em bruto, celulose, carne de
frango e suco de laranja não congelado.
O destaque negativo nas exportações foram os preços, que caíram 6,2% em
média. Entre os principais produtos que compõem a pauta de exportações
brasileiras, só houve aumento no preço do açúcar em bruto, de 12,3%. A
soja teve o menor preço médio desde 2007 (US$ 374,77 / tonelada, queda
de 2,98% em relação a 2015); o minério de ferro teve o menor preço desde
2005; e o petróleo em bruto, o menor preço desde 2004.
Fonte: Gazeta do Povo