Reduzir investimentos não garante melhores resultados aos pecuaristas
Em tempos de custos elevados muitos pecuaristas consideram a possibilidade de economizar em insumos e operações mecanizadas.
As chuvas retornando as regiões produtoras marca o período de decisão
para reforma e recuperação das pastagens. Em tempos de custos elevados
muitos pecuaristas consideram a possibilidade de economizar em insumos e
operações mecanizadas. Mas será que essa é realmente a melhor saída?
O levantamento realizado pela Scot Consultoria aponta que seguir esse
caminho pode encarecer ainda mais a atividade no longo prazo, apesar de
parecer no imediato uma boa ideia. Um investimento bem feito pode
garantir ganho de produtividade, durabilidade e, assim, retorno
financeiro melhor.
"Um pasto bem estabelecido, além de garantir boa lotação, ganho em
escala e, consequentemente, maior diluição de custos fixos. Também
garante receita e permite depreciar esse investimento em mais tempo, o
que garantirá um menor aprovisionamento de caixa por ano para o
reinvestimento", explica a publicação.
Segundo o levantamento, geralmente as formações de pastagem são
realizadas exclusivamente sobre duas óticas: gradagem pesada e
semeadura. Essa operação tem custo aproximado entre R$ 550 a R$650 por
hectare, sendo até quatro vezes mais econômico que realizar o
procedimento completo.
Considerando que esse tipo de investimento dure, em média, dez anos
[vale ressaltar que a vida útil pode ser ainda menor], a desvalorização
da aplicação seria de R$ R$60,00/ha/ano, "contra R$ 94,31/ha/ano para o
pasto bem formado que durar o dobro, vinte anos", destaca o
levantamento.
Considerando a produtividade, em um sistema bem feito – onde é possível
produzir 15 arrobas por hectare no pasto de R$ 1.886,16/ha – o custo de
depreciação seria de R$ 6,29/@. Já produzindo seis arrobas por ha/ano,
em uma área de investimento menor, o desabono por arroba chega a R$ 10.
O objetivo da pesquisa é mostrar que uma depreciação maior e uma
produtividade melhor tendem a “baratear” o negócio, e isso só é possível
quando se investe mais. Reduzir custos, especialmente em anos de aperto
financeiro, pode ser bastante atrativo, mas causam a falsa impressão de
economia que é desmistificado ao longo dos anos de produção.
FONTE: NOTÍCIAS AGRÍCOLA