Temendo Influenza, avicultores adotam medidas em Mato Grosso
Dentre os grandes produtores e exportadores de aves, o Brasil é o único a não ter registros da Influenza Aviária
A chegada do vírus H5N8, causador da Influenza Aviária, no Chile está
levando avicultores e a indústria mato-grossense a adotarem medidas de
prevenção contra a doença. Dentre os grandes produtores e exportadores
de aves, o Brasil é o único a não ter registros da Influenza Aviária.
O vírus H5N8 pode ser transmitido de uma granja para a outra por meio
da movimentação de pessoas, principalmente quanto sapatos e roupas forem
contaminados. Veículos, equipamentos, ração e gaiolas também podem
carregar o vírus da Influenza Aviária.
A principal forma de transmissão é através de contato direto com fezes,
saliva e outras secreções das aves infectadas, estejam elas vivas ou
mortas.
De acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária (Famato), a
confirmação da chegada do vírus ao Chile levou a agroindústria
brasileira (produtora e exportadora) e produtores de ovos a suspenderem
as visitas de clientes e fornecedores às áreas de produção para evitar o
contato com aves vivas.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), observa
através da Instrução Normativa nº 17/2016, que a adequação da estrutura
de produção é uma importante medida de prevenção à doença também.
“Ainda existem avicultores que não estão em conformidade, especialmente
as instalações menores e mais antigas que não possuem estruturas
adequadas com telas de proteção, facilitando assim o acesso de aves
silvestres”, comenta o analista de Pecuária da Famato, Marcos de
Carvalho.
O analista da Famato pontua ainda que “O produtor deve evitar o contato
da sua criação com patos, marrecos, gansos, perus e pássaros
silvestres. Lavar as mãos cuidadosamente antes e depois de entrar em
contato com as aves. É importante limpar e desinfetar sapatos, roupas,
mãos, gaiolas e bandeja de ovos com frequência. Não compartilhar
ferramentas, equipamentos e implementos com outros proprietários de
aves. Ao visitar outros criadouros de aves, lembrar sempre de limpar e
desinfetar os pneus do veículo antes de regressar à propriedade. Manter
as aves recém chegadas ou de situação sanitária desconhecida separadas
das demais”.
Entre os sintomas provocados pelo vírus aos animais estão depressão
severa; edema facial, com crista e barbela inchada e com coloração
arroxeada; dificuldade respiratória com descarga nasal; queda severa na
postura; diminuição do consumo de água e ração, igual ou superior a 20%;
morte súbita, que pode chegar até 100% do plantel, num período de 48
horas.
Em 2016, o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea)
realizou um inquérito soro epidemiológico para Influenza Aviária e
doença de Newcastle em propriedades localizadas ao redor de 10
quilômetros de sítios de invernadas de aves migratórias nos municípios
de Cáceres e Araguaiana. As ações tiveram início em agosto e consistiram
em duas etapas, sendo a primeira etapa do inquérito soro epidemiológico
foi voltada para o cadastramento e atualização de todas as propriedades
e espécies de aves domésticas. A segunda etapa tratou da coleta de
amostras de material das aves (sangue, suabes de traqueia e cloaca de
cada ave).
Impactos
O fechamento de mercados externos, redução da produção e transtornos
logísticos para armazenar a produção são alguns dos impactos econômicos
que a Influenza Aviária pode causar.
Fonte: Olhar Direto