Brasil deve colher até 47 milhões de sacas de café neste ano
Influenciada pela bienalidade negativa, produção de arábica cai e conilon deve recuperar produtividade.
O Brasil deve totalizar neste ano uma safra entre 43 e 47 milhões de sacas de 60 quilos de café.
O número representa uma redução de até 15% em relação à safra passada,
que totalizou 51,37 milhões de sacas. Os números estão no primeiro
levantamento da colheita de 2017, divulgado nesta terça-feira (17/1)
pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A produção de café arábica deve variar entre 35,01
milhões e 37,88 milhões de sacas. Os números representariam uma redução
de até 19,3% no volume colhido. O motivo, de acordo com os técnicos, é a
bienalidade negativa da cultura.
Já a produção de conilon,
bastante prejudicada na safra passada, deve ter crescimento. Para a
Conab, a colheita estará entre 8,64 milhões e 9,63 milhões de sacas de
60 quilos, uma alta que pode chegar a 20,5% em comparação com o ciclo
anterior na melhor das hipóteses.
“Os números se devem à
recuperação da produtividade nos estados da Bahia e de Rondônia, bem
como ao processo de maior utilização de tecnologia do café clonal e mais
investimentos nas lavouras”, informa a Companhia, em nota.
A
área total dos cafezais do Brasil deve ficar praticamente estável em
relação ao ciclo passado. De acordo com a Conab, os 2,23 milhões de
hectares estimados representam um crescimento de apenas 0,2%. Desse
total, 331,82 mil hectares (15%) estão em formação e 1,9 milhão de
hectares (85%) em produção.
O café arábica deve ocupar uma área 1%
maior e totalizar 1,77 milhão de hectares, com uma queda dos cafezais
em produção e forte crescimento das lavouras em formação. “Nos anos de
ciclo de bienalidade negativa a área em formação aumenta, uma vez que os produtores optam por manejar as
culturas, especialmente as áreas mais velhas, onde a produtividade é
menor”, explica o relatório.
A área plantada com café conilon deve cair 2,8%, totalizando 450,8
mil hectares. Bastante afetado pela falta de chuvas, o estado do
Espírito Santo, principal produtor da variedade, deve sofrer a maior
redução.
“O forte estresse hídrico das duas últimas safras
provocou a erradicação de muitas lavouras, sendo que não houve mudas
disponíveis para replantio de toda a área planejada”, destaca a
Companhia.
De modo geral, a produtividade deve cair nesta safra.
Os técnicos da Companhia Nacional de Abastecimento esperam um rendimento
de 4,9% a 12,6% menor. Na mais otimista das hipóteses, cada hectare
deve render 25,05 sacas de 60 quilos. Para as lavouras de café arábica, a
estimativa varia entre 23,48 e 25,40 sacas por hectare. No conilon,
entre 21,33 e 23,78 sacas por hectare.
FONTE: GLOBO RURAL