Vale do São Francisco vai exportar mangas para a Coréia do Sul
Acordo exigiu longa negociação e só foi concluído após recente visita do ministro Maggi ao país.
O Brasil vai começar a exportar manga para a Coreia do Sul, um dos
mercados mais exigentes do mundo em relação à sanidade e à qualidade dos
alimentos. O anúncio foi feito pelo ministro Blairo Maggi (Agricultura,
Pecuária e Abastecimento) durante viagem, nesta semana, a Pernambuco, à
Bahia, ao Ceará e ao Rio Grande do Norte. Maggi esteve em áreas de
produção de frutas e de camarão, onde se reuniu com produtores locais. A
contrapartida do país será importar peras frescas da Coréia.
A
abertura do mercado sul-coreano à manga nacional é fruto de uma longa
negociação nos últimos anos e ficou mais próxima depois de recente
viagem do ministro à Ásia. A exportação deve beneficiar principalmente a
região de fruticultura irrigada do Vale do São Francisco. A expectativa
é de que os embarques iniciem em cerca de 30 dias.
Apesar da
crise hídrica que tem afetado o Nordeste, o futuro da região passa pela
agricultura, acredita Maggi. O ministro disse ter ficado impressionado
durante visita a Petrolina (PE) e a Juazeiro (BA), “onde se produz vinho
de muita qualidade e também espumantes”. A produção de frutas nos
estados que ele percorreu também foi encorajadora para o esforço do
governo de aumentar as exportações. “A gente percebe o quanto esses
produtores estão entusiasmados com o cultivo de frutas. E o que nos dá
segurança é o conhecimento que eles já adquiriram no dia a dia ou com as
pesquisas da Embrapa e de outra empresas.”
Maggi visitou áreas de
cultivo irrigado de melão, manga, mamão, melancia e limão. O Vale do
São Francisco concentra o maior polo de fruticultura irrigada do país.
De acordo com a Associação de Produtores e Exportadores do Vale, 85% das
mangas exportadas pelo Brasil saem da região.
Produção de camarão
O
ministro também conheceu a produção de camarão do Ceará. “É uma
indústria muito grande que tem um potencial imenso.” Maggi explicou que é
preciso ajustar um pouco a legislação e combater as doenças que estão
sendo registradas nos camarões. Em Aracati (CE), ele determinou que a
Secretaria de Defesa Agropecuária tome medidas para prevenir a entrada
de doenças do crustáceo no Brasil, amparada em princípios da Organização
Mundial de Saúde Animal (OIE).
Maggi reconheceu que a região
passa por uma escassez de água muito grande, que tem dificultado a vida
dos irrigantes e levado os agricultores a fazer investimentos para
aumentar o bombeamento de água.
O ministro conheceu nesta
quinta-feira (24) a Fazenda Agrícola Famosa, que emprega 9 mil
trabalhadores envolvidos no cultivo de melão, melancia e mamão. No
local, ele se reuniu com os governadores do Rio Grande do Norte, Robson
Farias, e do Ceará, Camilo Santana. Maggi viajou acompanhado do
secretário-executivo Eumar Novacki e dos secretários de Defesa
Agropecuária, Luis Rangel, e de Mobilidade Social, do Produtor Rural e
do Cooperativismo, José Dória.
FONTE: MAPA