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Como plantar ipê amarelo

Árvore tem a flor símbolo nacional do Brasil.
RAIO X


Solo: úmidos, profundos, com boa drenagem e textura argilosa

Clima: de preferência temperaturas entre 13 e 23 graus

Área mínima: pode ser plantado em jardins

Florescimento: em média, a partir de três anos após o plantio

Custo: mudas para reflorestamento custam um real e para paisagismo, até 20 reais

De diversas tonalidades que embelezam campos e cidades, a árvore tem a cor amarela como símbolo da primavera

Setembro é o mês da chegada da primavera, quando as flores começam a desabrochar com mais freqüência colorindo campos e cidades. Simbolizada por diferentes plantas mundo afora, por aqui a estação do ano tem o ipê amarelo como seu representante, embora o título de árvore nacional seja atribuído ao pau-brasil. Muito utilizado na arborização de fazendas, sítios e espaços urbanos, o ipê tornou-se mais comum para os brasileiros e o prenúncio da época do florescimento.

Entre as várias espécies de ipês existentes no país, com flores brancas, rosas e lilás, as de cor amarela não foram eleitas por acaso. Conta-se que a escolha partiu de autoridades militares, que se inspiraram na proximidade da abertura dos primeiros botões da variedade ao dia sete de setembro, data em que se comemora a independência do Brasil.

Há cerca de doze tipos de ipês com flor em tons amarelos espalhados pelo país. Apesar de não ser encontrada nos estados do Sul, a Tabebuia serratifolia predomina no restante do território nacional, enquanto a Tabebuia alba ocorre principalmente do Paraná ao Rio Grande do Sul. Mas todas têm nomes populares e regionais, de acordo onde são cultivadas. Na Bahia e em Goiás chama-se pau-d’arco-amarelo e taipoca. Em São Paulo é ipê-dourado e, em Minas Gerais, ipê-do-cerrado ou, como também no Paraná, ipê-branco, por ser esbranquiçado o lado de baixo da folha.

Os gaúchos conhecem a espécie amarela por ipê-mandioca, ipê-ouro, ipê-tabaco, ipê-vacariano ou ipê-da-serra, o mesmo que em Santa Catarina, onde ainda é chamada de ipê-mamono. Já no Nordeste, é identificado por pau-d’arco, craibeira e caraúba, planta que por lei estadual é flor-símbolo de Alagoas.

O reconhecimento do ipê não vem somente pela exuberância de sua beleza e pela grossura de sua casca, característica que deu origem ao nome – em tupi, ipê significa árvore cascuda. Resistente e durável, a madeira é valorizada para aproveitamento em obras de construção civil e naval. É utilizada como matéria-prima para produção de tacos para assoalho, dormentes, mourões, vigas, eixo de roda de carroçaria, parquê e peças de marcenaria e carpintaria. No entanto, devido à grande procura pelos madereiros, essa condição transformou-se em ameaça à planta.

Um meio de preservar a espécie tem sido o aproveitamento de seu plantio em praças e em outros lugares públicos, além de preencher margens de ruas e estradas. Com boa tolerância à poluição urbana, a árvore proporciona um bonito efeito decorativo nas cidades. Ainda é recomendada para reflorestamento e reposição de mata ciliar, desde que o terreno não esteja sujeito a inundações.

De tronco levemente tortuoso, com ramos grossos e irregulares e copa arredondada, o ipê pode atingir até 30 metros e altura. As regiões tropicais são o principal ambiente para o cultivo, mas a planta também conta com bom desenvolvimento em áreas de cerrado e caatinga.

MÃOS À OBRA

INÍCIO – viveiros e lojas de produtos para jardinagem vendem mudas de ipê amarelo. É a opção mais indicada para quem quer cultivar poucas unidades e para os menos experientes em plantio de árvores. As mudas são originadas de sementes, que ficam seis meses em sacos plásticos até a emergência. Com 20 centímetros de altura, ela está pronta para ser cultivada no local definitivo e custa cerca de um real. No entanto, para paisagismo há exemplares mais altos e com desenvolvimento mais vigoroso, que podem chegar a 20 reais cada.

PLANTIO – o ipê amarelo não deve ser plantado sob o sol diretamente, nem em áreas com geadas, apesar de tolerar temperaturas baixas. Recomenda-se associar seu cultivo com outras plantas, como jequitibá e cedro. Ambientes mais adequados para o plantio são locais baixos, com solos úmidos, profundos, boa drenagem e textura argilosa.

COVAS – as medidas dependem do tamanho da muda. O mínimo indicado é 20 x 20 x 20 centímetros, porém as covas podem ser abertas 40 x 40 x 40 centímetros no caso de plantas mais altas. Deixe espaçamento de 3 x 3 metros entre linhas. Em alamedas, ou à margem do caminho de entrada da propriedade rural, a distância deve ser aumentada para 5 x 5 metros.

REPRODUÇÃO – o processo de reprodução inicia-se quando a árvore atinge três anos de idade. Como é uma espécie hermafrodita, o ipê amarelo necessita de um agente polinizador para se reproduzir. O vento e a abelha mamangava são os principais responsáveis pela dispersão do pólen das flores.

USO – sem comprovação científica, o ipê da espécie Tabebuia alba é usado como remédio caseiro em algumas regiões do país, sobretudo no Nordeste. A entrecasca do caule serve para tratar gripes, resfriados e tem efeito diurético; a casca ajuda no combate à inflamações. Embora pouco difundido, até as flores podem ser consumidas cruas ou cozidas em saladas, caso a árvore não tenha sido tratada com agrotóxicos.

PODA – é necessário fazer podas no inverno. Faça de limpeza para evitar nós entre os galhos e o surgimento de brotos no tronco, cujo desenvolvimento concorre com o crescimento da planta. Aplicação de podas de condução é boa para manter a árvore com porte menor.

*Paulo Ernani é pesquisador da Embrapa Florestas, Estrada da Ribeira, km 111, Caixa Postal 319, CEP 83411-000, Colombo, PR, tel. (41) 3675-5643, [email protected]

Onde comprar: Centro de Produção de Mudas da Cati – Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, Av. Brasil, 2340, CEP 13070-178, Campinas, SP, tel. (19) 3743-3832, [email protected]

Mais informações: IAP – Instituto Ambiental do Paraná, Rua Engenheiros Rebouças, 1206, CEP 80215-100, Curitiba, PR, tel. (41) 3213-3700

 

FONTE: Globo Rural

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